domingo, 27 de março de 2011

Geologia da Serra da Freita

A Serra da Freita situa-se na Zona Centro-Ibérica, uma das zonas internas do Maciço Ibérico. De todos os maciços variscos da Europa, o Maciço Ibérico é o mais extenso e o que proporciona um corte transversal mais contínuo e completo da Cadeia Varisca.
Este é subdividido em várias zonas tectonoestratigráficas, entre os quais destacamos a zona Centro-Ibérica.
É composta por rochas metamórficas e magmáticas em resultado da formação da cadeia montanhosa, designada Cadeia Varisca. Esta ter-se-á formado durante a Era do Paleozóico Superior, do Éon Fanerozóico.
Esta cadeia montanhosa teve várias etapas de formação, representadas no Ciclo de Wilson. As primeiras quatro etapas tiveram início no estiramento da crusta, que provocou a abertura de um novo oceano e a formação de bacias de sedimentação (principalmente marinhas) nas margens continentais. Estes sedimentos constituem testemunhos da formação montanhosa, que entretanto se seguiu. As últimas etapas aconteceram aquando da convergência de placas litosféricas, ou seja, quando ocorreu a colisão destas, dando assim lugar ao levantamento e espessamento da cadeia montanhosa. Isto levou à fusão dos materiais, nos níveis mais profundos, ou seja, ocorreu metamorfismo regional de alto grau. Os processos envolvidos neste estádio de formação incluem a deformação, metamorfismo, génese e ascensão de magmas.
Com a formação desta cadeia montanhosa, ocorreu erosão e reajustamento isostático, ou seja, houve o encurtamento horizontal da crusta que conduziu ao espessamento desta, dando origem a grandes relevos na superfície da Terra (cadeias montanhosas) e uma zona de raízes em profundidade.
Quando se finalizou convergência de placas, a acção da erosão (vento, água, seres vivos) e os movimentos isostáticos, levam ao levantamento da estrutura, ficando expostas à superfície, as raízes da cadeia. Consequentemente, há o espessamento desta.
No fim de todo o processo, ocorreu sedimentação dos materiais erodidos nas bacias das margens continentais.
Portanto, a região é composta maioritariamente por rochas magmáticas, mais precisamente rochas graníticas, que se instalam nas rochas metosedimentares, ou seja, rochas que se formaram antes da cadeia montanhosa e que mais tarde foram metamorfizadas, sofrendo dobramento. Estes metassedimentos podem ser agrupados em três unidades: a espessa série anteordovícica de metapelitos e metagrauvaques do “Complexo Xisto-Grauváquico”; a sequência ordovícica, construída por quartzitos e xistos negros e os sedimentos detríticos do Carbónico Superior.
O metamorfismo regional varisco, está ligado às primeiras fases de deformação da cadeia montanhosa. A maior parte possui um grau baixo (zona de clorite e biotite) e a outra parte atinge o grau médio (zona de estaurolite e de silimanite).
As rochas mais antigas encontram-se na parte Este e são constituídas por granitos e xistos, formando a zona serrana do complexo Freita-Arestal.

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