sexta-feira, 8 de abril de 2011

Geologia de Vale de Cambra
O concelho de Vale de Cambra é constituído por uma zona interior com características serranas, atingindo altitudes superiores a 1000 metros.
Este concelho possui uma forte presença de água, o que marca a paisagem. É abrangido por uma enorme cobertura de bacias hidrográficas.
A área serrana é delimitada a nascente e sudeste por uma cadeia montanhosa (Serras de Montemuro, Arada e Freita).
O concelho de Vale de Cambra é caracterizado por um relevo muito acidentado.
Como há uma grande diferença de altitudes este concelho pode ser dividido em seis zonas diferentes.
Uma destas zonas pode ser chamada Terras Baixas, e corresponde ao Vale do Caima e seus afluentes (rio Vigues, ribeira de Lordelo, Ribeira de Moscoso e Ribeira das Cabras) e possui declives suaves. É aqui que se situa a sede do concelho.
Outra é a zona constituída pelas serras de Lordelo (515m) e da Escaiba (645m) caracterizada por declives acentuados.
Há também uma zona de pendentes ligeiramente acentuadas a norte, que corresponde ao alto de Trancoso (480m) e à serra do Trebilhadouro (880m), estando estas separadas pelo rio Vigues.
Mais uma zona é a Serra da Freita que faz o limite a nordeste com o concelho de Arouca e a este com o concelho de São Pedro do Sul. Possui um relevo com inclinações bastante acentuadas e diversas situações de escarpa.
A sudeste existe ainda a zona de cota mais baixa do concelho (90 – 100m), onde o rio Teixeira divide o concelho de Vale de Cambra com o de Oliveira de Frades.
Para finalizar, há a serra do Arestal (830m) a sul, separando esta o concelho de Vale de Cambra do concelho de Sever do Vouga.
Pode-se portanto concluir que 73% do concelho de Vale de Cambra se situa acima dos 400 metros de altitude.
Vale de Cambra integra-se na região hidrográfica nº7 (Mondego e Vouga) e é atravessado pelos rios Caima, Arões e Teixeira.
O rio Caima atravessa Vale de Cambra no sentido Este-Oeste e divide esta cidade em duas partes: Norte e Sul. Este rio tem como afluentes o rio Vigues e as ribeiras de Vila Chã, Fuste, Paço de Mato, Moscoso e Cabras.
O rio Arões tem as ribeiras da Povoa e de Campo de Arca como afluentes.
O rio Teixeira tem como afluentes a ribeira de Paraduça e Agualva e separa os concelhos de Vale de Cambra e Oliveira de Frades.
Como Vale de Cambra possui zonas de declives muito acentuados, existem numerosas linhas de água distribuídas por todo o concelho, maioritariamente temporárias ou semi-permanentes.
A estrutura de armazenamento de água mais importante é a barragem Engenheiro Duarte Pacheco.

O concelho de Vale de Cambra é caracterizado no mapa geológico folha 13D – Oliveira de Azeméis.
O seu relevo é condicionado pela tectónica Hercínica, arqueamentos e depressões deste sector da cadeia montanhosa.
Existem duas falhas: uma não incluída na área de estudo e a outra, parte de Vale de Cambra e segue na direcção de Arouca provocando abatimentos.
Os terrenos mais recentes foram formados no Quaternário, período que pertence à Era Cenozóica e ao Éon Fanerozóico.Estas divisões pertencem à tabela cronostratigráfica. Esta tabela divide todo o tempo geológico desde a formação do planeta Terra até aos dias de hoje.
Este período é o último da tabela, tendo começado há cerca de 1.8 milhões de anos.
Estes terrenos mais recentes encontram-se no vale e são constituídos por terras argilosas, arenosas e por vezes cascalho. O rio Caima e algumas ribeiras encontram-se nestas condições.
É também no vale que se situam os terrenos mais férteis da região e que coincidem maioritariamente com zonas de aluvião, ou seja, zonas onde há a deposição de materiais provenientes da meteorização e erosão das rochas. Estas zonas estão na sua maioria rodeadas por xistos argilosos.
A área do Perímetro da Serra da Freita, situa-se a Este e é constituída por granitos de grão médio e xistos. Desde a parte central do concelho até à Mouta Velha, existem granitos de grão grosseiro.
Vale de Cambra está contida na Meseta Ibérica, que é a unidade morfológica que se ergue no interior da Península Ibérica e que configura um planalto central, isto é, uma extensa superfície de erosão com cerca de 650 metros de altitude média.



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